segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Estragos de um sábado à noite


“E lá estava eu, em um quarto aparentemente desconhecido, não fazendo a menor idéia de onde me encontrava e tendo a certeza de que eu tinha aprontado”...
Lendo isso devem estar pensando mil e uma coisas? Na verdade essa história foi bizarra para não dizer dramática. Eis aqui a tremenda façanha.
Estávamos a mais de mês esperando aquela festa, de 15 anos como muitas tantas outras. Mas aquela sim era para ser especial, pois tinha a tal da aposta, que havíamos feito e que por orgulho passamos a semana que antecedia a festa provocando uns aos outros, como se fosse a grande batalha de Tróia, onde só um poderia ser o vencedor!
Chegado o “grande” dia, como sempre fui à sede da nossa organização (casa do pia lá que é que nem pensão), me arrumei e fiquei no mínimo meia hora arrumando a joça do meu cabelo, pus a roupa de vendedor de bíblia, e fomos para a bendita festa. Chegando ao clube do qual batíamos carterinha em todas as festas, abalamos as estrutura. Normalmente atrasados. Como ja tinha acabado os lugares eu como bom samaritano ( pelo meu cabelo, nos atrasamos) fui mendiga as cadeiras pro garçom, 30 min depois o ser me aparece com quatro cadeiras, eu, o dono da pensão, o irmão dele e o vizinho, juntamo-nos a mesa de nossas amigas (nisso tinha umas 15 pessoa na mesa), finalmente quando todo mundo se arrumo, aquilo parecia festinha de criança, uns grudados nos outros como se tivesse um balão surpresa no meio da mesa do qual fosse explodi a qualquer momento e caíssem brinquedos por toda a mesa.
Enfim era chegada hora mais esperada (não amigos, não era a aniversariante e sim o começo da aposta), nós três menos o vizinho, chamamos o garçom e dissemos: - “DESSE A PRIMEIRA RODADA DE CERVEJA QUE UM DE NÓS VAI FICA POR AQUI”. O garçom como nos conhecia de cervejas passadas, já trouxe de vereda e sem rodeio três copos e uma garrafas uma para cada moribundo que ali se encontrava. Aaah como eu lembro daquela primeira garrafa, não deu tempo do garçom servi a outra mesa q ela já se encontrava fazia e eu impaciente de copo seco, enquanto isso os pia estavam no segundo copo apenas (bom acho que agora já entenderam onde isso vai parar).
Cerveja vai, Martini vem, havia um cemitério de garrafas na mesa, cada um defendendo as já bebidas, para quando chegasse à janta, fizéssemos um intervalo para repor a glicose e todo o mais que a marvada da cerveja nos faz. Só que não houve janta e nos deparamos com bandejas de doces e salgados numa mesa de 15 pessoas onde cabiam originalmente sete ou oito, resumindo eu comi um pastel e um doce, mais ceva! Olha não posso dizer com toda a certeza, mas pelo que dizem os boatos foram em torno de quatorze garrafas e o melhor de tudo q eu bebi oito delas!
Ali, os pias entregaram os pontos e declaram que eu havia vencido a batalha, mas não a guerra. E o próximo duelo iria começar com os drinques. Agora restam poucas memórias da festa, fui até o barman e entrei na temida fila do treco azul com fogo. (meia doze de vodka com curaçau, numa superfície de vidro no qual ele colocava álcool gel, finaliza ateando fogo e nos dando o privilegio de bebê-los com um canudinho FINO)! Minha perdição foram 13 martelinhos um atrás do outro sem perde pra ninguém, quase esquecendo que tu tinha que beber contra alguém e se perdesse caia fora, chupando o dedo. Ai pensa?! A DUREZA que o individuo se encontrava. De cerveja, Martini e o bagulho azul. “Memória final da festa o pia chega e me diz: – “Magaiver, come ali pia, que a guria ta entrando no salão”, e respondi com a boca cheia de chocolate –” Bae loco, to mal, que horas são? Pia diz – “Nem 23h30min ainda”
Resumindo eu capotei em algum lugar, me cuidaram até a uma da manhã, me levaram pra pensão arrastado, a aniversariante nem me viu na festa. E lá estava eu, em um quarto aparentemente desconhecido, não fazendo a menor idéia de onde me encontrava e tendo a certeza de que eu tinha aprontado... E acordei às seis e meia da manha, com uma cara de limão amassado. Achei a porta e dou de cara com o dono da pensão comendo um sanduba e gritando comigo (ressaca não causa surdez viu): -“BAAAAAAAAE LOCO QUE BALAÇO”. Minha resposta foi instantânea: “Ao menos ganhei a aposta” e assim termino a historia com a ultima frase que ele disse que mereceu destaque aqui.
-“ MAS PERDEU A FESTA”..... FIM